Ele sentava no sofá da sala, parecia absorto entre a folha de esportes e a de economia. E eu admirava o modo como se sentava, como reagia ao que lia, como passava as páginas e como comentava consigo mesmo quanto as notícias eram trágicas e repugnantes.
De repente
minha atenção se voltou para os dificeis cálculos que eu precisava
terminar para entregar o projeto a tempo, e não vi que ele havia deitado
o jornal sobre o sofá, caminhado vagarosamente até a mesa e se
reclinado a fim de falar ao meu ouvido... Nada percebi. Apenas ouvi o
sussuro que atravessava seus lábios vermelhos:
- Eu também!
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